Se você ainda não ouviu falar de Duda Beat, provavelmente é só uma questão de tempo. No primeiro álbum da recifense, batizado de Sinto Muito, ela faz questão de trazer suas raízes nordestinas, criando um som único que vai do techno brega ao reggae.
Desde que se lançou na cena musical, Duda vem ganhando cada vez mais projeção. A cantora tem sido convidada para festivais por todo o Brasil e já dividiu palco com nomes de peso, como Ivete Sangalo e Caetano Veloso.
O título de rainha da sofrência pop não é à toa. Suas composições melancólicas e ao mesmo tempo animadas falam sobre suas próprias experiências e desilusões.
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Ao lado de sua banda – e do namorado Tomás – ela cantou seus principais hits no nosso Guide Shop da Rua Oscar Freire, em São Paulo. Antes do show desta quinta (04/04/19), batemos um papo exclusivo sobre música, moda e, claro, relacionamentos. Dá só uma olhada:
Você sempre teve essa paixão pela música?
Cantei durante a adolescência na igreja e tive uma banda na época da escola. A gente cantava Ivete Sangalo, Claudia Leitte, O Rappa, É o Tchan… Como sou de Recife, sempre consumi muito essa cultura do axé. Mas só decidi cantar profissionalmente no final de 2015 – fui para um retiro espiritual onde tive que ficar 10 dias sem falar, só meditando. Foi lá que consegui perceber que era isso que queria para a minha vida.
Todas as suas músicas falam sobre experiências pessoais?
Totalmente! Tudo que está no disco foram coisas que eu vivi. Tem 3 pessoas por trás desse disco. Uma por trás de Back to Bad. Outra de Bixinho, que fiz para um cara que eu só ficava, sem muito apego. E o restante do disco fiz para o último, por quem estava apaixonada na época.
Qual a mensagem que você procura passar nas suas canções?
Sou extremamente romântica. Não me adapto muito bem aos relacionamentos de hoje em dia. E acho que muita gente também não, por isso se identificam tanto com as letras. Muitas pessoas me mandam mensagem falando como meu disco as ajudou a superar um relacionamento e estar feliz de novo. Isso é muito importante pra mim.
E como você compõe suas músicas?
A inspiração vem em momentos inusitados. Às vezes até quando estou dormindo. Eu sonho muito com músicas.

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“Eu costumo dizer que é a música que escolhe a gente. Normalmente ela vem na minha cabeça já perfeitinha: letra e melodia.”
Conta um pouco do seu nome artístico, Duda Beat?
Meu nome é Eduarda Bittencourt, então eu já tinha Bit. O Beat (de batida) foi sugestão da minha backing vocal. No início eu até duvidei, mas aí pensei no movimento Manguebeat e vi que tinha que ser isso mesmo.
Você traz muitas referências nordestinas para a sua música?
Eu sou de Recife. Minha formação é de lá. Cresci ouvindo Lenine, Alceu Valença, Chico Science, frevo, axé e maracatu. É minha raiz, minha base. Trouxe elementos do brega para esse primeiro disco e espero trazer mais alguma coisa no segundo. Quero levar o nome do Recife para o mundo.


Como é sua relação com a moda? Se tivesse que viver com apenas 5 peças no armário, quais seriam?
Amo moda desde pequena. Sou libriana, gosto de tudo combinando, de harmonia de cores, de conteúdo. Se eu tivesse que escolher apenas 5 peças, elas seriam: casacão com zíper, calça de cintura alta, moletom, cropped e peças com decote. Adoro!
E como escolhe seu figurino dos shows?
Minha arara de roupa de show é bem neon, bem colorida. Raramente você vai me ver no palco de preto. Acho que a cor deixa meu trabalho mais leve. As minhas letras já tem esse estilo sofrência, então sempre penso em trazer cor para o palco.
E se pudesse roubar o guarda-roupa de alguma diva do pop?
Escolheria a Rihanna. Acho que ela tem bem a minha vibe, às vezes com looks bem justinhos, às vezes mais largadona.
Musicalmente, você também gosta dela?
Adoro. Ela está entrando em uma onda reggaeton que eu gosto muito e que também vai rolar no meu próximo álbum. Escuto muita coisa, mas agora estou em um momento de silêncio, porque estou escrevendo meu próximo disco. Então procuro não ouvir muita coisa para não me contaminar.

E quando deve sair seu disco novo?
Pretendo lançá-lo em abril do ano que vem. Vai ser um disco de transição. Ainda tem canções de sofrência e também uma Duda que está mais feliz. Vai ser um disco para ficar feliz, apesar de ter letras melancólicas. E depois para ficar melancólica, apenas de ter letras felizes. É uma misturinha.