4 Mulheres Falam Sobre a Superação e a Prevenção ao Câncer de Mama
Você ficou sabendo da nossa parceria com a ONG Orienta Vida para prevenção ao câncer e mama, certo? Na compra da Pulseira do Bem Pense Rosa,
você ajuda a custear mamografias - exame preventivo mais do que necessário para detecção precoce de um possível câncer. Como parte desta campanha,
convidamos quatro mulheres incríveis para dividirem suas histórias de superação e falar da importância de se cuidar sempre. Confira:
CAROL MARQUES
Aos 36 anos, a jornalista e blogger londrinense Carol Marques já viveu de tudo um pouco: se tornou apresentadora de um canal de moda na TV de Maringá, abriu sua própria agência de comunicação e se casou, mas foi em 2014 que muita coisa mudou. Na época, ela foi diagnosticada com câncer de mama após ter sentido um pequeno caroço no seio. “Estava deitada na cama quando o senti. Marquei uma consulta logo de cara e meu médico solicitou a primeira cirurgia para a retirada do nódulo e biópsia”, diz. O primeiro resultado aponta a suspeita de que o câncer havia se manifestado em outras regiões do corpo. Preocupados, Carol e seu médico optam pela realização de um segundo exame e quinze dias depois, a notícia veio. “Para alívio de todos, o câncer havia atingido somente o seio”, lembra ela. A quimioterapia começou após o resultado sair. “Meu cabelo caiu com três semanas de quimio. Fiquei assustada, mas uma força dentro de mim me disse para levar esta fase com mais calma. Foi aí que decidi cortar o cabelo em todos os estilos que sempre quis.”
No segundo semestre de 2014, Carol publicou sua primeira foto no Instagram e logo percebeu o carinho de seus seguidores. “A cada semana postava um corte de cabelo diferente e o apoio das pessoas me animava muito”, explica. A ideia de criar o blog homônimo surgiu durante o tratamento e nele Carol encontrou um canal para alertar as brasileiras sobre a importância dos exames preventivos. “É lá e também no Instagram que falo abertamente sobre a doença, que ouço histórias de outras mulheres e falo sempre da importância de exames periódicos. O retorno é incrível”, conta animada.
E ela não para por aí! Com mais três amigas, criou o grupo de apoio Meninas dos olhos de Deus, composto hoje por sessenta mulheres que já tiveram câncer de mama ou que estão passando por ele. “Eu tive condições de fazer o tratamento, mas muitas não tem. Ajudamos financeiramente, damos todo o apoio que precisam e a cada ano o grupo cresce mais. Nosso objetivo é continuar ajudando.”
ADRIANA FÉLIX
Assim como Carol, Adriana Felix, de 35 anos, também descobriu o nódulo através do toque. “Senti enquanto estava deitada. Nunca tinha feito o autoexame e, quando descobri, meu marido tinha acabado de perder o emprego. Foi um choque e tanto”, relembra. Em maio do ano passado, ela começou o tratamento pelo SUS após a confirmação do câncer. “Você nunca imagina que isso vai acontecer. Passam mil coisas pela sua cabeça, mas com o apoio da família e dos amigos, lutei”, conta.
Em julho do mesmo ano, começou a quimioterapia e, próximo ao Dia dos Pais, sentiu os primeiros efeitos colaterais da medicação: a queda dos cabelos. “Sempre tive o cabelo longo, loiríssimo. Todos achavam que eu ficaria depressiva nessa etapa. Eu tinha duas escolhas, me entregar à doença ou lutar contra tudo isso. Escolhi a segunda opção.” Ao se olhar no espelho, Adriana entendeu a situação e decidiu fazer diferente: usou seus dotes de maquiadora para repaginar o visual e passou a fazer tutoriais em seu Instagram para inspirar outras mulheres. “Eu precisava voltar a enxergar a Adriana de sempre. O meu blog, o Se Arrume Menina, foi a grande sacada. Passei a usá-lo para ajudar outras mulheres e a me ajudar também”, comenta. Há 5 meses, ela finalizou seu tratamento e hoje enxerga nesta caminhada mil e um motivos para ajudar a propagar a mensagem prevenção. “A troca de conselhos com minha mãe e minhas amigas me fez entender que uma conversa aberta e sincera vale muito a pena.”
CRISTIANE LOTAIF
A fé e o apoio da família mudaram a forma como Cris Lotaif enxergou o câncer. Empresária paulistana de 55 anos, ela descobriu um tumor em um momento delicado de sua vida. “Me separei cinco meses antes de ser diagnosticada. Eu estava muito triste e, por isso, decidi marcar meus exames de rotina. Queria saber se estava tudo bem comigo. Quando os resultados saíram, meu médico me pediu uma ressonância e aí percebi que havia algo de errado. Dito e feito”, recorda.
Os exames preventivos detectaram um nódulo e logo ela começou o tratamento. “Fiz a mastectomia logo depois para não ter erro. O tipo de câncer que desenvolvi era alimentado por estrógeno, o que os médicos chamam de tumor hormônio-receptor. Devido a isso, além da quimioterapia, iniciei a hormonoterapia, que impede a expansão do câncer”, explica. A queda dos cabelos não a impressionou tanto. Sua maior batalha durante o tratamento foi outra. “Ver meus pais e meus filhos tristes foi mais doloroso que ver meus cabelos caindo. Cabelo cresce. No mais, uma peruca podia me ajudar.”
Há oito anos, está recuperada e continua seu tratamento hormonal. Assim como a Carol e a Adriana, Cris enxergou neste ciclo uma maneira de ajudar outras pessoas. Há um mês, ela e a família fundaram o Instituto Protea, que oferece tratamento completo para mulheres de baixa renda. ”O nome do projeto vem de uma flor muito resistente, linda e dura na queda. É símbolo de força para nós mulheres entendermos que juntas somos mais fortes.”
PAULA FETTBACK
“O grande desafio é que estamos falando de uma doença sem sintomas no início. Por isso a importância do autoexame”, alerta a ginecologista Paula Fettback. “Não só através do toque das mamas é possível identificar o tumor. É de extrema importância apalpar a região do colo e das axilas também, lugares onde muitas vezes o câncer se manifesta”. Além dos nódulos, quando a doença já atinge nível elevado, Paula explica que outros aspectos são perceptíveis, como por exemplo lesões na pele e nos seios e a galactorreia, líquido claro que sai através dos bicos. “Existem muitos estágios do câncer, por isso repito: a prevenção é fundamental, independentemente da idade”, diz.
Fatores como abuso de bebidas alcoólicas, cigarro, drogas, má alimentação e obesidade contribuem para a ativação das glândulas cancerígenas, mas em muitos casos, por se tratar de uma mutação genética, o histórico familiar influencia. “Tudo está ligado ao estilo de vida da pessoa e a casos familiares. Todos nós, mesmo tomando cuidado, estamos suscetíveis”, avisa. Mulheres mais novas, entre 27 e 35 anos, também podem (e devem) fazer exames preventivos. Nesses casos, o ultrassom é o mais adequado. “Hoje em dia, mais de 90% dos casos de câncer têm cura, quando detectados precocemente. O acompanhamento médico é importante e deve ser levado a sério.”
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