Precisamos Falar Sobre Trabalho Invisível

Precisamos Falar Sobre Trabalho Invisível

12,5 bilhões de horas por dia. Esse é o tempo gasto por mulheres e meninas ao redor do mundo em trabalhos de cuidado. Dar banho em uma criança, fazer comida para uma família, cuidar de quem está doente, ir ao supermercado, lavar roupas e cuidar da casa são apenas algumas responsabilidades que, por pura convenção social, geralmente recaem sobre as mulheres. Até mesmo para as que trabalham fora de casa ou em home office.

Isso é Trabalho Invisível. Um trabalho sem o qual ninguém vive, mas que a sobrecarga traz consequências todos os dias:

  • AUMENTO DO NÍVEL DE STRESS E BURNOUT, ACARRETANDO SÉRIOS PROBLEMAS DE SAÚDE FÍSICA E MENTAL
  • QUESTÕES PSICOLÓGICAS DECORRENTES DO SENTIMENTO DE CULPA POR "NÃO DAR CONTA"
  • OBSTÁCULOS NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA

e tantas outras. Para você ter uma ideia do tamanho do problema, a gente trouxe alguns números:

Já passou da hora de colocarmos luz sobre este assunto. E por isso, no dia 2 de maio, a AMARO criou o Dia do Trabalho Invisível. Nele, nos dedicamos a discutir e, sobretudo, começar a transformar essa realidade que afeta de forma tão significativa e, às vezes definitiva, a vida de mulheres.

A data escolhida - um dia depois do Dia Internacional do Trabalho -, representa essa jornada contínua de trabalho, que se estende mesmo depois que o horário comercial termina.

sente que isso pode estar acontecendo com você?

Sabemos que essa é uma realidade difícil de mudar. Afinal, ela foi construída através de várias gerações. Mas é possível sim fazer algum coisa, por isso separamos alguns pequenos passos que podem começar a te ajudar no seu dia a dia:

por onde começar?

  • Converse com quem mora com você. Conte sua experiência, vejam juntos os conteúdos que estão aqui, no final da página, e mostre dados. Exatamente por ser um trabalho “Invisível”, muita gente não enxerga o problema.
  • Junto com eles, implemente uma planilha de divisão de tarefas, na qual todos tem suas obrigações e ninguém fica sobrecarregado.
  • Cobre que todos cumpram suas responsabilidades. Parece chato no início, mas esse ato demonstra que aquele trabalho já não é mais seu. Ele tem outro dono que precisa executá-lo.

A gente sabe que pode soar assustador ou até como mais coisas para adicionar na sua já enorme lista. Mas a mudança precisa começar com alguém e em algum momento. Pode ser com você e tem que ser agora.

Além dessas dicas, você pode conferir ainda mais ideias e ações transformadoras em um bate-papo especial sobre o assunto entre o Claudio Serva, fundador do Prazerele, e a Deh Bastos, do Criando Crianças Pretas.

https://youtu.be/7AOaN8ymcjE

E se precisar conversar com alguém ou precisar de ajuda para lidar com questões decorrentes deste excesso de tarefas, saiba que o Zenklub, uma plataforma voltada ao auxílio na sua saúde emocional e psicológica, é nosso parceiro nessa ação e montou um benefício especial para você. Nele, você ganha até 85% de desconto na primeira consulta com psicólogos e acesso grátis aos conteúdos do app até dezembro de 2021.

Para acessar o benefício é fácil: basta fazer seu cadastro no site e baixar o aplicativo para começar a usufruir imediatamente.

O esforço de fazer esse assunto ganhar força é coletivo. Nos unimos a várias marcas parceiras, que acreditaram na ideia e se juntaram ao movimento, confira:

E então, já parou para pensar quantas horas por ano você gasta em trabalhos invisíveis? Faça o quiz e descubra.

Mais conteúdos para entender a fundo esse assunto tão complexo

Separamos aqui dicas da Deh Bastos e do Cláudio Serva com documentários, livros e HQs que você pode ver e compartilhar com todos em casa.

DOCUMENTÁRIOS

  • The Mask You Live In: o propósito do documentário dirigido por Jennifer Siebel Newsom é tocar no cerne do problema: a criação de meninos em uma sociedade patriarcal e machista, e como esse modelo também os afeta negativamente.
  • Precisamos falar com os homens: um documentário que aborda os benefícios da igualdade de gênero para homens e mulheres. Nele, investigamos como se formam, se sustentam e de que modo podemos desconstruir os estereótipos de gênero nocivos, que se perpetuam no nosso cenário atual.
  • The Call to Courage: um especial de pouco mais de uma hora de duração, apresentado pela pesquisadora norte-americana Brené Brown. Ele tem como tema principal a vulnerabilidade, e como devemos ser vulneráveis para o mundo para alcançar o amor e a felicidade. Você pode assistir na Netflix.
  • O Silêncio dos Homens: neste documentário sobre as dores, qualidades, omissões e processos de mudança dos homens, o silêncio tem sentido amplo. É emocional, verbal, social, tanto individual como coletivo. Estamos falando de uma rigidez psicológica, que se torna um vulcão quando associada aos "mandamentos da masculinidade".

HQ

  1. Emma Clit: a história em quadrinhos francesa aborda a carga mental e a divisão de trabalhos domésticos, ilustrando exemplos do dia a dia e trazendo diversas reflexões sobre o assunto.

LIVROS

  • Para educar crianças feministas: um manifesto - Chimamanda Ngozi Adichie
  • João de Ferro: Um livro sobre homens - Robert Bly
  • A invenção da virilidade - Alain Corbin, Jean-Jacques Courtine, Georges Vigarello
  • Como Nascem Os Pais: Crônicas de um Pai Despreparado - Renato Kaufmann
  • Diário de um grávido - Renato Kaufmann
  • Sejamos todos feministas - Chimamanda Ngozi Adichie
  • Homens sem mulheres - Haruki Murakami
  • Pai ausente, filho carente - Guy Corneau
  • Sob A Sombra De Saturno - James Hollis
  • Homem Na Sua Plenitude - Sam Keen
  • Manhood, Por Que Os Homens São Assim? - Steve Biddulph
  • História dos Homens no Brasil - Mary Del Priore
  • Homens no Divã. Relatos Sobre A Crise de Identidade Masculina - Hefez Serge
  • O que é lugar de fala? (Feminismos plurais) - Djamila Ribeiro

PODCASTS

  • Cara Pessoa: episódio “Trabalhadores Invisíveis”
  • Mamilos: episódio “Maternidade & Carreira”